3 de jan. de 2012

12 vídeos realizados entre 1996 e 2011

Postei aqui neste início de ano os vídeos que realizei entre 1996 e 2011. Pretendo ainda completar os posts com textos a respeito do processo de criação de cada um deles. São doze vídeos de curta metragem, com tempos de duração que variam entre 3 e 10 minutos. Nestes últimos 15 anos realizei inúmeras outras atividades em audiovisual, mas estes vídeos aqui são resultado de um trabalho totalmente livre, pessoal e, o que mais me interessa, desvinculado de questões econômicas e patrocínios. Percebo claramente que a cada quatro vídeos realizados (e isto acontece de forma espontânea) há o encerramento de um ciclo, em que experimento possibilidades técnicas, formas expressivas e temáticas afins. Sendo assim, temos três séries de quatro vídeos. Gosto de chamar a primeira série de IMAGENS E CASOS DA MUTRÓPOLE, contendo os vídeos Rapsódia do Passeio Público / Madalena, Flores de Plástico, Coração de Fogo / A Cidade Seca e Visões do Profeta Negro. Nesta série, da mesma forma que em todas as outras, há um predomínio quase absoluto da imagem documental. Estas imagens, captadas por mim ou resgatadas de arquivos diversos, em formatos e suportes também diversos, não documentam uma reallidade específica, um fato ou personagem determinado, mas se articulam através de colagens, sobreposições e inserções textuais para criar ambientes, personagens ou histórias fictícias e devaneios em geral. Embora não exista uma referência direta e explícita a este assunto, todos os quatro vídeos trazem, na verdade, reflexões sobre a cidade de Juiz de Fora. O título da série (IMAGENS E CASOS DA MUTRÓPOLE) surgiu de uma brincadeira comum que fazíamos na época, meados da década de 90, dizendo que Juiz de Fora era uma cidade parada no meio do caminho entre o curral e a metrópole, ao mesmo tempo cosmopolita e provinciana (daí a onomatopéia MU, do mugido da vaca, articulada com o termo metrópole, gerando o termo MUTRÓPOLE, invenção do Leo Ribeiro). Um pouco embalados pela sonoridade e pelas idéias do Mangue Beat, deixávamos implícito nesta brincadeira, em letras de músicas, fanzines, projetos, desenhos ou vídeos, o desejo de refletir sobre a identidade de nossa cidade e sobre os rumos de sua produção cultural.

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